quarta-feira, 2 de abril de 2008

Os Aranhas - A curta(mas significante) trajetória de um conjunto


Os Aranhas - A curta(mas significante) trajetória de um conjunto
Por: Henrique "Gato Vinil" Alvarez *



O ano era 1966 e, para quem gostava de música jovem, a revista Intervalo - que trazia a programação semanal da televisão, além de reportagens e notícias sobre o mundo do entretenimento - era leitura obrigatória. Uma das opções mais interessantes era o programa “A Festa do Bolinha”, apresentado por um simpático senhor grisalho chamado Jair de Taumaturgo, que era um dos poucos programas de música gravados no Rio de Janeiro, nos estúdios da extinta TV-Rio, Canal 13, que, por sua vez, ficava no "Posto 6", em Copacabana. Era lá, todos os sábados às 16:00 hs que se apresentavam os cantores já consagrados da Jovem Guarda como Erasmo, Roberto, Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, Deny e Dino, mas também os grupos não tão conhecidos assim, como Os Deuses, O Die Panzer(ambos grupos do bairro do Grajaú) e Os Aranhas, que era uma espécie de grupo residente do programa. Com dois palcos laterais, para a apresentação dos conjuntos, Os Aranhas ocupavam seu lugar no lado direito e, no lado esquerdo, ficavam os grupos que vinham de fora ou aqueles que sempre acompanhavam determinados artistas, como no caso de Ronnie Von, que sempre trazia seu grupo.

Alguns desses conjuntos chegaram a gravar discos e Os Aranhas foi um deles. Lançaram, no mesmo ano, pelo selo Copacabana, o hoje raro compacto simples com "Brotinho Não se Iluda" (Paulo Rios) e "Toda Noite Sonho" (versão de Rossini Pinto para California Dreamin', dos Mammas and the Pappas)

Apesar do lançamento do disco, os rapazes dos Aranhas não fizeram sucesso e ficaram restritos ao Rio de Janeiro. Não se sabe mais sobre eles. Mas, de certa forma, registraram seu nome no cenário da Jovem Guarda.



*Henrique é colecionador há mais de 30 anos, comerciante, estudioso do mundo do vinil e escreve neste blog.